Nessa largada para o 2º turno das eleições municipais, a minha avaliação é que em Minas Gerais o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel e o governador Aécio Neves têm que vencer. Aécio já não foi bem em todo o Estado e, se contar a derrota de Geraldo Alckmin em São Paulo -- a quem apoiou --, poderá sair enfraquecido desse processo eleitoral se perder na capital mineira. Para o PT e Pimentel, perder a capital mineira será um desastre, que só não será maior pelo excelente resultado do partido em Minas.
No Rio de Janeiro, o problema de Gabeira é que ele virou o candidato do anti-petismo e do anti-lulismo, das organizações Globo, de Cesar Maia, do PSDB e do DEM, do PPS de Roberto Freire, uma espécie de novo Lacerda, de tudo que se opõe e se opôs a Lula e a seu governo, fora seu papel na oposição e nas tentativas de desestabilizar e derrubar o primeiro governo Lula. Dai a decisão do PT, junto com o PSB, PC do B e PDT, de recomendar o voto no candidato do PMDB e do governador Sergio Cabral, Eduardo Paes.
O PT colheu bons resultados no Rio Grande do Sul, vencendo em 60 cidades e disputando o 2º turno em três. E se vencer em Porto Alegre, com Maria do Rosário, terá reunidas as condições para que o partido se unifique no Estado, se renove e se prepare para 2010.
Norte, Nordeste e Centro-Oeste
Na região Norte do país, em Manaus, o governador Eduardo Braga e o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, sofreram uma derrota que pode ter conseqüências em 2010. Não levaram o vice de Braga para o 2º turno. Se Amazonino Mendes vencer, ficará fortalecido para ser candidato ou para apoiar um adversário do governador.
O PT, na falta de unidade entre os partidos da base aliada, lançou candidato próprio, já que participava dos governos estaduais e municipais. Agora no 2º turno não tem como apoiar Amazonino Mendes, mas também está com dificuldades para apoiar Serafim Correa, do PSB. Deveria apoiá-lo por seu passado e pela aliança nacional que temos com o PSB, mas teria que engolir a aliança do prefeito com o DEM e o PSDB. Arthur Virgílio virou o garoto propaganda da campanha de Serafim Correa, a tendência do PT é liberar o voto. Ruim mas não tem jeito, com Arthur Virgílio não dá.
No Amapá, onde perdemos entre apoiar o candidato do ex-governador e ex-senador João Capiberibe, tendemos a fazer um acordo com o governador Waldez Góes, do PDT, até pela nossa participação em seu governo. Lá, elegemos três importantes prefeitos e temos que nos preparar para governar e disputar 2010 sem compromissos, já que o governador aponta para apoiar o presidente da Assembléia, um tucano.
Em São Luís, onde temos o vice na chapa encabeçada pelo deputado Flávio Dino, do PC do B, tem que derrotar o ex-governador João Castelo, do PSDB, e inaugurar um novo momento político no Estado. Na Bahia, em Salvador, vamos disputar para vencer, mas temos um quadro delicado com o atual prefeito João Henrique como adversário. Ele é nosso aliado, filiado ao PMDB, e tem o apoio de Geddel Vieira Lima. Lá todo cuidado será pouco, mas tanto o governador Jacques Wagner quanto o PT têm que disputar para vencer.
No Centro-Oeste, em Cuiabá, onde com José Afonso Portocarrero como vice compomos a chapa encabeçada por Mauro Mendes, do PR, e do governador Blairo Maggi, nosso aliado, temos que vencer e derrotar o PSDB e o atual prefeito tucano candidato a governador em 2010 contra nós.
Por José Dirceu